Spread Open Media/pt/It's about the quality, it's about the freedom

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Portanto, aqui estamos. Formatos livres, média aberta. Bonitas palavras, mas o que é que elas significam para si? Talvez pouco ainda, mas continue a ler.

Estas palavras significam vídeo de alta definição. Significam áudio de alta qualidade em ficheiros de tamanho reduzido. Significam documentos de escritório que funcionam em qualquer lado, independentemente do sistema. Significam listas de músicas ("playlists") que pode realmente partilhar. E, ainda mais importante, significam liberdade de qualquer restrição artificial imposta por corporações.

Sim... corporações. Elas pretendem bloquear os seus ficheiros e respectivos conteúdos. Tente efectuar uma cópia de segurança de um DVD seu. Ah, pois é. Não consegue! É assim que muitas destas empresas mantêm o monopólio de software e respectivo domínio sobre o mercado de dispositivos móveis. À custa da liberdade dos seus clientes. A sua liberdade!

Não preferiria dar o seu apoio a empresas que não lhe tirassem a sua liberdade? Mas, isso só pode acontecer se utilizar formatos livres. Deste modo as empresas são forçadas, pelo próprio mercado, a vender média aberta e dispositivos móveis ("players") que funcionem com formatos livres. Não gostaria de utilizar os seus ficheiros de multimédia onde quisesse? Talvez já tenha ouvido falar de DRM, mas isso é apenas a ponta do iceberg no que diz respeito aos formatos não livres.

Uma grande preocupação é a de que um formato não livre, pertencente a uma empresa, não possa ser utilizado a não ser em produtos dessa mesma empresa, ou que esta exija que todos paguem uma licença pela utilização do dito formato. Por exemplo, quando compra um DVD está a pagar não só pelo já exageradamente caro conteúdo, mas também pela licença de o poder utilizar. Existe um exemplo caricato que aconteceu com a Xbox original. Apesar de ter um leitor de DVD tal como o produto da concorrência, contrariamente a esta, a Xbox não permitia visualizar filmes em DVD. A Microsoft evitou pagar essa licença forçando os seus consumidores a comprar um controle remoto caríssimo para cobrir os custos do dito licenciamento. Esta não é, claramente, a forma como uma empresa deve tratar os seus clientes. E é preferível nem começar a falar no formato MP3. Basta ver o que aconteceu com a Microsoft que teve de pagar uma indemnização de biliões à Alcatel-Lucent para que as pessoas pudessem continuar a utilizar um formato que soa como áudio VHS.

Os formatos não-livres não têm valor para ninguém a não ser para quem detém a patente sobre eles. A liberdade de poder poupar dinheiro evitando pagar licenciamento desnecessário não pode ser encarada de animo leve.

Ainda não está convencido? Os CD's áudio estão, sem grande dúvida, a ficar fora de moda com o virar do século, em parte provocado pelo próximo método de distribuição: lojas online para venda de música digital. Agora imagine o seguinte cenário: Temos um jovem empreendedor, sem grandes recursos financeiros, a tentar prestar um bom serviço representando artistas e ganhando uma comissão pelo seu trabalho. É apenas um intermediário. Mas, como ainda não enriqueceu, não consegue pagar as licenças necessárias para poder vender a sua música utilizando formatos não-livres, e ele sabe que não pode apenas vender ficheiros de música em formatos livres porque os seus clientes não irão saber como utilizar formatos livres, ou simplesmente não querem saber. Então, este jovem empreendedor, ou desiste do seu projecto de negócio ou continua, mas ilegalmente, e reza para que ninguém note.

Você — sim você — pode evitar esta situação. Tudo o que tem de fazer é utilizar formatos livres, como Vorbis (.ogg) e FLAC para música, em vez de MP3 e outro formato qualquer que tentem promover como o seu sucessor. Utilize também Theora (.ogv) para vídeo.

Ainda não está convencido? Ok, voltemos ao tema da liberdade. O conceito "Multimédia Aberta" representa duas coisa: liberdade de utilização do formato escolhido para qualquer fim (apenas possível quando se lida com formatos livres) e liberdade para utilizar o conteúdo para qualquer fim (apenas possível quando o conteúdo foi disponibilizado com uma licença livre). Para atingir o conceito de "Multimédia Aberta", uma espécie de Nirvana para alguns, uma ferramenta útil para outros, duas batalhas terão de ser travadas: Formatos livres e licenças livres. E "Multimédia Aberta" é apenas um passo no melhoramento da Humanidade.

Será isto uma utopia irrealista? Não é. É sobre deixar um mundo melhor para a próxima geração.

Mas é acerca de qualidade tal como é acerca de liberdade? Com certeza que sim.

Testes públicos comprovam que Vorbis é superior ao MP3 e a outros formatos mais recentes como Musepack e AAC. Em qualquer tipo de música: clássica, Pop, Rock, etc. E suporta multi-canal! Os DJ's conhecem o poder do Vorbis e, graças à capacidade de "streaming" do formato Ogg, também os responsáveis das rádios online.

No que diz respeito à fala, nada é superior ao formato Speex. É poderoso, escalável e as pessoas utilizam-no em diferentes áreas como podcasts, VoIP, livros áudio e robots com voz. Grave a sua voz nos formatos Speex e MP3 e compare a qualidade dos ficheiros criados, assim como o tamanho dos mesmos. A diferença é abismal. Não só o ficheiro Speex é muito menor, como soa muito melhor.

Na área do áudio sem perda de qualidade, o formato FLAC é imbatível. Boa compressão, consumo reduzido de processador e — blasfémia! — funciona em dispositivos portáteis! É a opção favorita para arquivar música digitalmente. Os Metallica utilizam FLAC e você também o deveria fazer.

Quanto ao áudio, não há mais nada a dizer, mas e relativamente a vídeo? O futuro provavelmente trará o formato Dirac, mas para já existe o Theora. Nos seus primeiros anos, o Theora sofreu, devido a mau suporte nas aplicações existentes, o que criou a percepção de que o formato tinha pouca qualidade. Nada podia estar mais longe da verdade. O formato Theora rivaliza com a maior parte dos formatos MPEG-4, é igual a Xvid, e está pronto para disponibilizar ao mundo vídeo para todos, para os próximos cinco ou mais anos, até que algo melhor surja para o substituir. E isto utilizando apenas uma fracção dos recursos do CPU utilizada pelos seus rivais. A performance do formato Theora faz com que seja a escolha ideal para dispositivos com recursos mais modestos como o portátil XO do projecto OLPC ou telemóveis. Isto atesta a qualidade deste formato.

E se quiser partilhar vídeo ou áudio com os seus amigos? Para isso deve utilizar XSPF. É o único formato de playlist que parece ter acertado no alvo. A sério! Compare-o com outros. Não admira que aplicações multimédia como o VLC o estejam a utilizar internamente. É simples, é prático, faz tudo o que poderíamos precisar de uma playlist e mais.

Até agora abordamos utilizações mais usuais, mas e os nichos de mercado? As coisas que apenas alguns utilizam? Como por exemplo, os designers gráficos. Até há relativamente pouco tempo, os designers gráficos eram forçados a utilizar formatos proprietários para trabalhar com gráficos vectoriais. Agora existe o formato SVG, compatível com navegadores web e programável por scripts. Os designers podem utilizar este formato para desenhos simples ou aplicações complexas. Quão complexas? Por exemplo: misturando SVG, Theora e alguma programação por scripts consegue-se obter coisas destas. Fantástico, não é?

Os formatos existem, mas não podem tomar a decisão por si. É você quem precisa de decidir se quer utilizar formatos livres, ou não. Ajude a fazer do mundo um lugar melhor. Apoie a liberdade, apoie a qualidade. Utilize Média Aberta. Utilize formatos livres.